Mês: Junho


Faixas favoritas: Myth; Eternal Embrace; Three Hail Marys; Secret; Sistine; Psychotrance.
Me surpreendeu! Eu esperava uma coisa bem genérica e apesar de liricamente ter alguns clichês, porque as letras são carregadas de imagens religiosas e existencialistas, e tudo bem nesse sentido, porque o ponto principal é o álbum criar uma atmosfera de rave que poderia acontecer numa igreja abandonada dos anos 1800 que vemos nos filmes ou no cemitério mais antigo da cidade.
Não é nada radiofônico, mas pode agradar bastante os antigos adolescentes peculiares que passavam horas no Tumblr repostando coisas góticas e obscuras, e que tinham Crystal Castles e similares como parte favorita de sua trilha sonora.

Faixas favoritas: Dreaming; Home; Song For Meadow; Mind Thunder; Down.
The Ting Tings está de volta! Um álbum de rock que soa soft, pop e folk ao mesmo tempo, o mais orgânico da carreira, hora ou outra equilibrando com um bongô e até alguns poucos elementos eletrônicos, surpreendentemente maduro e inventivo, as camadas de simplicidade e minimalismo de cada faixa tornam o registro em algo lindo e acolhedor de ouvir, tanto para os antigos fãs quanto os novos já que Good People Do Bad Things virou trend no TikTok.
O impressionante é que, mesmo sendo totalmente diferente do resto da discografia da dupla, os dois revisitam suas raízes, elas aparecem por vários momentos. A voz da Katie continua super expressiva, a produção do Jules continua impecável, e as composições dos dois continuam grandiosas e cheias de significado e vida.

Faixas favoritas: Cursi De +; Aries; Mírame Feliz; LA MALA; Silvana; Cactus.
Beli-bélica. Muito bom que a Belinda voltou a lançar música depois de uma década. Voltou mais madura e entregou um belo visual para o álbum… O que falar dessa capa incrivelmente perfeita?
Bem, como o que importa é o som, minha opinião é que tem muito reggaeton clichê, que existe aos montes tocando na internet e nas rádios, talvez ela quisesse só estar novamente nas paradas e ver suas músicas em qualquer Top 50 dos streamings, mas quando ela coloca instrumentos influenciada pela música mexicana do passado, a coisa muda completamente, ela consegue entregar músicas incríveis.
É inegável que ela teve boas intenções, mas não foram bem executadas. Talvez tenha faltado uma direção criativa mais coesa (ou afiada) para dar originalidade ao projeto e não ficar só em um conceito do que poderia ter sido.

Faixas favoritas: Prodigal Daughter; Shotgun Wedding Baby; Helluva Heart; High On A Heartbreak; Wholesome.
É um álbum bem mais do mesmo na discografia da Hailey Whitters. Nada soa como algo novo ou criativo. É ok para ouvir despretensiosamente se você precisa de algum barulho para fazer companhia, e só. Nada memorável, a não ser pela capa.

Faixas favoritas: Revelation; Love Me Alive; The Hero; Dreams; Thorn.
Que combinação perfeita The Knocks com a Dragonette. E a melhor forma de elogio que eu poderia fazer para esse álbum é dizer como soa tão Carly Rae Jepsen.
Concluindo, em poucas palavras, porque não é necessário mais do que isso: PURO SUCO DE SYNTHPOP!

Faixas favoritas: Diet Pepsi; Money is Everything; Summer Forever; In The Rain; Headphones On.
O tão aguardado álbum de estreia da Addison finalmente foi lançado. Um álbum pop baseado principalmente numa ambientação nostalgica do trip hop dos anos 90-2000, e ao mesmo tempo é bem fresco e contemporâneo. Letras simples com muitos ganchos extremamente grudentos.
O que me desapontou de forma geral é a falta de intensidade vocal e a uniformidade no estilo de produção que acabam deixando o álbum meio sem sal. Não é ruim, mas existia tanto potencial para algo mais memorável e que não pareça que estamos só em êxtase coletivamente porque a Addison é mundialmente amada e aclamada por seu carisma e sua musicalidade.

Faixas favoritas: CUNTISSIMO; CUPID’S GIRL; METALLIC STALLION; JE NE SAIS QUOI; DIGITAL FANTASY; I <3 YOU; ADULT GIRL.
Com composições que abraçam o maximalismo melódico e emocional (Maybe I’m not built for this kind of connection / Maybe I was born to live my life alone), poder e renascimento (Looking like a super heroine / I taught myself how to love again), Marina celebra a si mesma (Baby, I’ve been down, I’ve been down so low / But the more I love myself, the higher up I wanna go), de maneira introspectiva e leve, convicta da própria confiança e sexualidade (I’m so into you, you’re hotter than God), enfrentando seus medos e seu passado com resiliência (Spent my twenties on the run dreaming of suicide and love), incorporando o amor como superpoder, metamorfoseando vulnerabilidade em coragem (Like a samurai, don’t care if I live or die / Cause fuck it baby, I can be your fall guy).
Em vários momentos, Marina evoca referências – principalmente femininas – da cultura pop contemporânea (e às vezes nem tanto), e não deixa escapar suas singularidades dialogando com suas eras passadas. Ouvimos isso em CUPID’S GIRL, EVERYBODY KNOWS I’M SAD, I <3 U e destaco principalmente ADULT GIRL que, para mim, é uma ode à finada Electra Heart e seus arquétipos agora no ponto de vista de uma mulher no final dos seus trinta anos que acumula muitas experiências transformadoras na vida.
Glamuroso, ousado e revigorante, PRINCESS OF POWER é uma obra-prima em que Marina se permitiu sentir e convida os fãs a se contagiarem com o desejo de liberdade e prazer até encontrar o doce grito de vitória.