Mês: Junho


Faixa que até que vai: BFF4EAE.
É um EP que tenta parecer excêntrico e ousado, mas o que entrega é uma sequência arrastada de músicas sem energia, apagadas e uma estética que é mais forçada do que autêntica, e dá pra perceber logo de cara pela capa… they’re so crazy, love them… mas não… A produção até tenta flertar com algo meio experimental, mas fica só na pretensão. Resultado: completamente monótono e me deixa com zero interesse de querer ouvir de novo.

Faixas favoritas: GUM; El Dolor Es Lento; Epic Piano.
Ouvi sem saber de quem se tratava, mas estava na minha lista de lançamentos que me chamaram ate, e pesquisando enquanto ouvia, descobri que ela é ex Now United, o que me deixou muito surpreso, porque eu nunca gostei do tipo de música que fazem ou da dinâmica do grupo. Deixando isso a parte, me surpreendi com a pegada dance e a leveza que a voz dela traz para o trabalho.

Faixas favoritas: Contraditório; Tô Pronto Pra Ser Sua Nova Obsessão; Utopia; Eu Sou Sempre Assim; Tarde Demais.
Ouvir Jovuk é entrar em um universo onde as ondas de emoções ganham cores e cenários — seja num refrão melancólico com uma batida mais dance ou com uma voz embargada de sentimento. E talvez seja justamente essa mistura de contradições que torne sua arte tão impressionante.
Letras com suas verdades são cantadas de um jeito muito autentico, traz um frescor para o som brasileiro. Em comparação, talvez seja como algo que o Jão conseguiu fazer em seus primeiros trabalhos, mas todos sabemos que que depois ele fez ficar tudo muito clichê e fez com que o resto todo da cena também ficasse, e o Jovuk foi além e quebrou esse paradigma de pop brasileiro clichê e chato. Inclusive é sensacional a interpolação de Pang da Caroline Polachek na faixa Eu Quero Me Entregar Pra Você.

Faixas favoritas: Off Script; Anonymous; Tea, Boo; Exposed; Amnesia; I Wanna Know; Unless It’s You.
Keke Palmer, nossa eterna True Jackson e personalidade querida por todos, é uma ótima artista! E não é apenas um álbum de 18 faixas de 28 minutos, é um álbum visual! Muito divertido e tem toda essa estética de show de tv e os interlúdios literalmente fazem o álbum tem uma liga e mais sentido.

Faixas favoritas: Relationships; Take me back; Love you right; The farm; Million years; Everybody’s trying to figure me out; Blood on the street; Now it’s time.
Cinco anos depois desde o aclamado Women In Music, Pt. III (2020), as irmãs HAIM continuam elegantes e nostálgicas, mas o I quit soa como um trabalho mais cru, muito mais direto, mas mesmo assim muito emocionalmente revelador. Apesar da sugestão de abandono ou desistência no título, que vem de uma piada de um filme favorito da infância das irmãs (Tudo por Um Sonho, 1996), o álbum revela justamente o contrário: em cada música elas desistem de algo que não serve mais, para reafirmar a presença delas – principalmente no cenário musical.
Durante o registro, a ambientação sonora tem um quê de música que estaria tocando nas rádios, algo tipo de volta aos anos 90, e se fosse naquela época, eu com certeza estaria sintonizado durante a hora do rush, com o por do sol tomando o céu, direto para um happy hour. Há vários momentos que sinto uma grande inspiração nos sons que vão para além de Fleetwood Mac, Fiona Apple e Phoebe Bridgers, há um frescor muito urbano e muito contemporâneo.
E o que falar dos visuais dos singles que são simplesmente memoráveis? As irmãs recriaram nas capas momentos celebridades foram clicadas por paparazzi. Simplesmente genial e divertido.
I quit é um bom exemplo de que as HAIM sabem muito bem fazer música boa com coesão, produção que faz sentido e letras que fazem conectar com o público, mas nem de longe esse é o melhor trabalho das delas, sendo só um álbum quase muito bom. Foco na palavra quase.


Faixas favoritas: Be Kind; Villain; Slow; Silk And Velvet; Beliver.
Tether é um álbum profundamente emocional que hipnotiza! Todo trabalhado em melodias elegantes, maduras, e vocais etéreos que impressionam pela potência, mesmo nos sussurros, com essa voz singular, Annahstasia brilha na suavidade da sua mistura de folk, soul e R&B, com um toque acústico que ora soa gospel, ora psicodélico. Cada música parece um ritual introspectivo para suas memórias, uma solitude, a reconexão consigo, enfim, expondo e sentindo da maneira mais íntima de suas vivências.

Faixas favoritas: Feeling Why Do You Follow; I Could Die; Star For a Night; What’s It In Me?; I’m So High; Unmovable.
Esse álbum é uma alquimia musical por causa de suas várias camadas e que te remete a um deja-vu, algo nostálgico que você não viveu. É um dreampop com uma boa mistura shoegaze, ambiente, house, experimental, com momentos onde um violão acústico ou um piano aparecem, além de ser melodicamente psicodélico, tudo isso somado ao vocal angelical de Lipsticism. Toque esse álbum numa noite de quente e faça da sua sala uma pista de dança intimista.