Mês: Setembro

Faixas favoritas: Jaime; Cry Cry Cry; Get Your Heart Broken; Covers; Alone Again.
Ai, achei meio chato, apesar de ser liricamente um bom jeito de se confessar intimamente com um tom de amor melodramático, possessão avassaladora, e expor sofrimentos por violências emocionais. Entregou performance vocal com maestria, como sempre, mas eu esperava uma obra mais marcante já que King Princess nunca foi e nunca será qualquer uma. Me parece que ela ficou estagnada em um mesmo som para esse álbum, algo tipo o Jack Antonoff é conhecido por fazer.

Faixas: Angel Of My Dreams; FUFN (Fuck You For Now); Midnight Cowboy; Fantasy; Unconditional; Headache; Natural at Disaster; Before You Break My Heart.
Finalmente o primeiro álbum solo da JADE! E chega como um verdadeiro manifesto pop teatral. THAT’S SHOWBIZ BABY! é grandioso, exagerado e, ao mesmo tempo, profundamente humano. Uma obra que equilibra narrativa pessoal com um senso de espetáculo, JADE traduz suas vulnerabilidades em performance, como se cada canção fosse um ato em um palco cercado por holofotes e que quando a luz se apaga e ela sai, o show continua com os flashes dos paparazzi até ela decidir que chega, e isso é justamente o que torna o projeto tão envolvente e surpreendente.
Cheio de experimentações sonoras (para a artista que conhecíamos desde o Little Mix) que mesclam pop alternativo, eletrônico pulsante e elementos do rock. Cada faixa soa como única, principalmente na primeira audição porque você não faz ideia de que rumo a música vai tomar e se choca pelo nível de excelência que acaba ouvindo.

Faixas favoritas: Bigger Person; Demons; Call It Quits; All Along.
Ji Nilsson retorna em 2025 com Nordic Noir, seu primeiro álbum solo em 8 anos, e a sensação é de reencontro com uma artista que nunca deixou de estar presente, porque nesse tempo ela se manteve ativa colaborando principalmente com a Marlene Forever no duo Pure Shore.
Mas comparado ao álbum de estreia, Scandinavian Pain (2017), a identidade dela continua bem evidente. Se antes ela explorava um pop melódico mais direto, em Nordic Noir há uma sofisticação maior na produção e um olhar quase cinematográfico sobre sua música. Ainda assim, a sonoridade sueca permanece marcante, e é perceptível já no título quando ela traz a região que ela vive e em qual tipo de emoção vai ser mais exaltada. O disco soa como um vislumbre das paisagens frias que só o pop escandinavo pode entregar, cheio de texturas cristalinas, synthpop emotivo e R&B etéreo.

Faixas favoritas: Position Famous; ELECTRIC; CONTROL; Sister; RADIO; Ralph Lauren; 2 LØVE.
SISTER é uma deliciosa dor de cabeça que não avisa que vai chegar, já vai invadindo!!! Uma dor de cabeça que no final você agradece por ter tido, porque o barulho é tão viciante que dá vontade de largar tudo, dropar um doce e sumir no meio de uma rave pra curtir tudo de novo. Não sou dessas coisas, mas a fantasia me agrada. Em 3 palavras: barulhento, elétrico e exagerado, e justamente por isso é irresistível.
ELECTRIC, CONTROL, RADIO (com a participação de Kim Petras) e Ralph Lauren funcionam muito como choques de adrenalina, lembrando um cruzamento de 100 gecs com SOPHIE e estética da PC Music, mas sem parecer imitação, até porque o duo tem uma identidade muito própria acompanhada de letras muito polidas com humor, ironia e sarcasmo, e há momentos ainda barulhentos com toque de doçura que beiram o ápice da sensibilidade emocional, tipo o que ouvimos na faixa-título e em 2 LØVE que encerra a obra.