Mês: Agosto

Faixas favoritas: bunda; blackout; beautiful.
Em seu novo EP perfectas, Emília continua explorando as camadas da sensualidade, autoestima e poder feminino em com temas como a fama, a beleza e busca pela perfeição. Com uma mistura sonora de de pop urbano, reggaeton e uma pitada de eletrônico futurista, o trabalho marca um passo diferente após o álbum .mp3 (2023), que, embora também coeso, soava mais seguro e autêntico. Em perfectas, Emília está mais performática e irônica, e talvez isso seja um ponto alto.
Logo na abertura com bunda, ela se junta a Luísa Sonza e entregam uma faixa com batidas pesadas e um refrão que é descaradamente provocativo “En mis cadera’ se perdió y anda buscando un mapa / Ese garoto se prendió y ahora nadie lo apaga / Ai, você / Tá apaixonado pela minha bunda”.
E claro que ela não poderia deixar de se juntar novamente a um dos maiores nomes da América Latina de todos os tempos: TINI. Nicki Nicole também faz participação na faixa. Feita para as pistas, blackout celebra o desejo e o empoderamento feminino onde as mulheres tomam controle e possam desfrutar de sua sensualidade e sexualidade sem prejuízos.
Diferente do .mp3, dessa vez, Emília olhou para o público e expôs muito de como é sua vivência e o mundo nos ambientes que ela está.

Faixas favoritas: Mad; Kiss It Kiss It; Good Girl; Shy; I Think I Like You Better When You’re Gone; You’d Like That Wouldn’t You.
Agora com seu segundo álbum de estúdio, BITE ME, Reneé Rapp dá uma reviravolta ousada, confiante e finalmente memorável direto na faixa de abertura Leave Me Alone, cheia de carisma, despreocupada e imponente. Depois de um debut chato e genérico com Snow Angel em 2023, que faltava identidade, colocava ela como mais uma no mundinho alternativo e parecia mais preocupado em só cumprir um contrato de lançamento com a gravadora para aproveitar o buzz com nome da artista, ela retorna mordendo com força e mostrando que encontrou sua voz.
Um álbum cheio de letras inteligentes e afiadas moldadas em produções mais arriscadas. Reneé se agarra num pop alternativo com pitadas de sintetizadores com pegada rock, R&B sombrio e até um pouco grunge. O álbum soa muito bem em vários momentos, principalmente na faixa Why Is She Still Here? que, para mim, é uma música com a cara da Rihanna.
BITE ME não é completamente perfeito, mas é um dos melhores lançamentos do ano até então, principalmente por ser exatamente o que um segundo álbum precisa ser: uma obra que escancara uma evolução artística com personalidade e autenticidade.