CURADORIA POR GABRIEL BORGES
Apresentando
Mothmat
Tempo de leitura: 5 minutos
   

Eu já tive o prazer de ouvir seu novo EP “PROTOMECH V1” em primeira mão, que deve ser lançado agora em maio ou junho, e digo que a energia é incrível! Achei bem foda! É bastante autêntico! Mas para quem ainda não te conhece, como você descreveria sua visão artística e do seu novo trabalho?

Minha visão artística é muito focada em contar a minha realidade por meio da ficção. Gosto de pensar em cada um dos meus projetos como um universo diferente, constituído pelas músicas e pelas verdades que elas carregam. Pra esse novo EP me inspirei principalmente no ambiente urbano de São Paulo e na lógica capitalista em que somos condicionados a viver.

Mothmat. Divulgação.

No seu som a gente consegue pegar bastante de influências do hyperpop da Sophie e da Arca. Isso ficou bem evidente desde seu álbum de estreia “Lost at Sea” em novembro de 2024, e que soa bastante barulhento, metálico e ácido, nos melhores dos sentidos. Nesse novo EP, ouvimos muito da sua essência e dessas influências, mas de alguma forma soa diferente, talvez não tão poeticamente pessoal. Quais foram as grandes inspirações para essa mudança e evolução?

Pra mim o Lost At Sea é um álbum muito onírico, guiado por um sentimento de solidão e por uma necessidade agonizante de se encontrar algum propósito. Nesse novo EP, diria que o principal sentimento é a vontade de se rebelar e de buscar acima de tudo a liberdade. Em termos sonoros, o PROTOMECH é bem mais agressivo que o Lost At Sea, tanto nos instrumentais quanto no processamento vocal.

A principal motivação pra essa mudança foi a minha vontade de explorar um lado diferente do meu som e de refletir com mais exatidão o que eu sentia quando fiz as músicas.


Como funciona seu processo criativo de fazer música? Desde que você começou, você acha que mudou muito o jeito que você se enxerga como artista?

Eu acho que o meu processo, desde que eu comecei a fazer música em 2017, sempre foi e ainda é muito ligado às histórias que eu quero contar e aos mundos que eu quero criar. Sobre como eu me vejo, sinto que desde o lançamento do meu último álbum tenho me sentido genuinamente satisfeito com a qualidade do meu som, e acima de tudo feliz por finalmente ter chegado a esse estado depois de tanto tempo buscando me aperfeiçoar. Mas mesmo estando satisfeito e tendo consciência da qualidade do meu trabalho, ainda vejo muito potencial para melhora e evolução, e busco trazer isso a cada nova oportunidade.

Você me falou que o single “The General Zapped an Angel” estava tendo um bom engajamento orgânico. Quais são os planos para o lançamento do EP?

Quero focar bastante em fazer o máximo de visuais que eu conseguir. Estou trabalhando com dois artistas incríveis pra arte da capa, e quero misturar os elementos visuais dela com vídeos amadores, gravados em celular ou em câmeras tipo CyberShot. Os visuais enriquecem muito qualquer projeto e quero investir mais nesse lado que não foi explorado tanto no último álbum.

Mothmat. Divulgação.

Se no novo EP tem no nome que é o primeiro volume, podemos esperar uma série de vários lançamentos?

Sim. Esse é só o primeiro protótipo.


Eu infelizmente ainda não pude te ver tocar ao vivo, e você é bastante ativo nas redes divulgando remixes e os sets que você toca/vai tocar. Como você costuma prepará-los? Tem uma diferença da persona Mothmat artista que faz as próprias músicas do Mothmat quando DJ?

Não sinto essa diferença. Quando eu monto meus sets eu gosto de pensar principalmente em tocar o que eu gostaria de ouvir dentro do contexto e tema da festa. E quando faço minhas músicas autorais também sinto que faço pensando no que eu gostaria de ouvir. Como os processos são parecidos, não vejo diferença.


Sonoramente e energicamente, o EP tem mais a ver com as pistas do que o álbum, digo no meu ponto de vista, porque o álbum é bastante poético. O EP vai estar presente nos seus sets?

Se fizer sentido pra festa em que eu vou tocar, sim.

Mothmat. Divulgação.

Quais os maiores desafios que você enfrenta sendo um artista independente que escreve, canta, produz e planeja os lançamentos?

Com certeza é ter que lidar com tantas coisas ao mesmo tempo. Por um lado isso é bom, porque me dá a liberdade de agir como eu bem entender e eu acabo ganhando experiência em vários tipo de trabalho. Mas por outro lado, também vem com muitas responsabilidades, principalmente para gerir e conciliar todos os aspectos da carreira.


O que você tem ouvido ultimamente e que, se pudesse, obrigaria todo mundo ouvir?

Vulnicura da Björk e Preacher’s Daughter da Ethel Cain.

Uma pergunta que eu sempre faço: qual o melhor álbum do ano até agora?

Fico entre EUSEXUA (FKA twigs), Perverts (Ethel Cain) e MAYHEM (Lady Gaga), não consigo escolher entre os 3.

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#Alternative #Brasileira
Publicado por Gabriel Borges em 14/05/2025

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