Apresentando
MANSUR
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MANSUR chega em letras garrafais para ocupar o seu espaço. Com referências à bossa nova dos anos 60/70, MANSUR transmite nostalgia com suas produções etéreas e suas letras simbólicas e contemporâneas, também evoca os astros clássicos da MPB ao mesclar inglês com português em seu trabalho, ora com faixas intituladas na língua estrangeira mas cantadas inteiramente em sua língua materna, ora fundindo ambas em uma única canção. MANSUR é um jovem artista que caminha em direção ao futuro carregando consigo elementos do passado.

Aqui no Gabcritic o álbum de estreia do MANSUR, Último Ano Adolescente, recebeu uma avaliação muito boa com a nota 81 quando ouvido logo de cara. Certamente esse é um álbum que cresce dentro do ouvinte a cada novo play. Tivemos a honra de ter uma entrevista exclusiva com o artista de 23 anos. Dê play no álbum e leia nossa entrevista completa.

Para quem está te conhecendo agora ou até mesmo para quem não te conhece tanto ainda, quem é o Henrique e quem é o MANSUR? As personalidades se diferem?

Maior parte da minha vida não existiu diferença entre Henrique e MANSUR, assim. Eu sempre fui Mansur porque é meu sobrenome e todo mundo me chamava assim desde pequeno. Então eu sempre cresci me entendendo como Mansur e me entendendo como Henrique também, né? Quando eu comecei a criar arte, eu sabia que meu nome artístico ia ser MANSUR porque é a forma com que o mundo me vê, como eu me relaciono com as pessoas do meu convívio. Eu sempre fui ambos ao mesmo tempo, mas quando a gente coloca o contexto de lançar música e ser artista, o MANSUR começa a ter outro significado, começa a ter um outro peso, começa a ter uma outra visão. E eu não acho que essa visão é muito diferente do que eu sou, não sei se isso é bom ou ruim ainda, um dia eu descubro. Mas MANSUR é um menino que faz música no quarto, sobre o que ele sente, e torce pra galera entender ele. Que vem um pouco desse incomodo de no mundo ninguém te entender, de estar buscando alguma coisa que não sabe exatamente o que é, e falar um pouco sobre esses dilemas, e falar um pouco sobre os triunfos também, que esse processo de se conhecer traz. O Henrique não é diferente do MANSUR não.

Quando você descobriu o desejo de fazer, escrever e gravar músicas?

Eu acho que desde quando eu me entendo por gente eu canto e quero fazer música. E ouço música. E consigo me expressar com música. E consigo fazer com que a música tire sentimentos de mim que a minha cabeça sozinha não conseguia. A música é um amplificador do que acontece dentro da minha cabeça desde sempre.

Eu comecei a cantar desde muito novo, colocar versão de karaokê no YouTube quando eu era criança e cantar. Ouvia as músicas que minhas irmãs gostavam na MTV e na VH1, o que meus pais ouviam nas rádios, nas fitas, nos discos, quando a gente viajava, as músicas que eram trilha sonora desses momentos, então eu sempre cantei por cima dessas coisas, e forma meu estilo musical também, mais de onde vem essa parte nostálgica.

Eu comecei mesmo, quando eu tinha uns 10 anos, a tocar violão, flauta e bateria, e eu fiquei um tempo nessa até eu descobrir o computador… não descobri o computador (risos), descobri programas de produção musical, não o computador, com 13 anos e foi aí que eu comecei a recriar as músicas que eu gostava na época e aprender a produzir e entender que aquilo poderia ser o amplificador do que eu sentia, fazer com que as músicas externas, os sons externos me trouxessem coisas, de criar esses sons e ter um peso nisso.

Você lançou o álbum quase que de surpresa para quem já te seguia ou acompanhava por causa dos singles porque o anúncio foi muito próximo do lançamento. Como foi o processo de pensar no conceito do álbum, nas letras e principalmente no título Último Ano Adolescente?

Foto: Guilherme da Silva — divulgação

Você citou algo interessante que ninguém me perguntou até agora sobre o álbum, sobre como ele foi um lançamento bem rápido um anúncio rápido… É uma coisa que eu já venho pensando há muito tempo, mas as nossas formas de se comunicar estão constantemente mudando e é palpável essa mudança, você consegue sentir ela em todos os aspectos. Toda rede social nova criada, toda trend nova, toda moda… tudo mostra uma comunicação diferente, mostra que a gente tá buscando ainda, que a gente tá num momento de transição de como a gente vai fazer pra tocar as pessoas e como as pessoas querem ser tocadas, né? E sempre foi uma coisa que eu pensei muito, principalmente quando se tratava da minha música.

Eu não vejo sentido em artistas independentes como eu, que literalmente tem um talento e um sonho, e a galera que acredita no meu sonho e que também tem os sonhos delas e que usa o meu sonho como uma forma de realizar os sonhos delas, e aí vai nessa corrente infinita, mas enfim.

Artistas independentes, como eu, eu não vejo sentido em fazer uma grande preparação de um lançamento de um disco, eu acho que é uma coisa que funciona muito quando você tá em gravadora, quando você tem muito dinheiro envolvido, quando você tem lugares, palcos e espaços para você ampliar todo esse projeto. Mas no meu caso não, eu tô 100% independente e eu sabia que se eu anunciasse o álbum 1 mês antes de lançar, a galera ia esquecer e eu não ia ter como manter esse álbum na boca do povo assim. E eu contei com a minha mente, com a mente criativa da galera que eu trampo, e de fazer uma capa muito bonita, de fazer um visual que chamasse muita atenção e que fosse verdadeiro, fosse genuíno, sensível e bonito, para fazer com que trouxesse esse sentido do olhar pro meu som, e aí eu usei isso a meu favor e foi super inteligente da nossa parte porque a gente está tendo resultado disso agora. Estourou minha bolha, foi pra lugares que não ia alcançar se não fosse por essa postagem rápida, que menos de 1 semana lançou e todo mundo ainda estava interessado. E aí quando lançou, o post do anúncio do álbum ainda estava rodando, então eu acho que a gente conseguiu transmitir muito bem um álbum de 11 faixas com 37 minutos de duração, fazer com que tocasse a geração TikTok que gosta de música de 1 minuto e meio, sabe? É meio que ler como a galera está se comunicando e como eu posso usar isso a meu favor. E a gente fez isso de uma forma bem orgânica, a gente não pensou muito a fundo nisso, mas isso foi sempre algo que eu queria, que se eu fosse anunciar eu ia lançar rápido porque eu não sou o tipo de artista que vai ter a grana pra colocar em divulgação pre-release, a minha divulgação vai ser agora, agora que começa o trampo de verdade porque eu sou um artista novo e a galera precisa me conhecer, né? Então não tem porquê eu ficar fazendo muito mistério de um álbum. Eu acho que faz muito sentido pra mim e vejo outros artistas independentes indo contra essa ideia, seguindo o padrão de grandes artistas, artistas com investimento e não faz tanto sentindo.

Mas agora de fato respondendo sua pergunta (risos)…

O processo do álbum foi bem natural. Eu comecei a fazer a fazer um projeto que eu achava que ia ser meu primeiro álbum com 17 anos, e produzindo sozinho, estudando, estudando, estudando composição e tudo mais, até então eu escrevia muito mais em inglês do que em português e fui fazendo. Em 2019 comecei o processo de entrar em uma gravadora em São Paulo. Estava indo. Estava morando lá um tempo, usando o estúdio como aula para minha produção, trabalhando com gente grande, ia aprendendo e vendo como que a galera trampava e acabou que não rolou nessa gravadora esse álbum que eu estava fazendo e aí bateu a pandemia.

Na pandemia eu só fiz o que restava a gente fazer e era a única coisa a fazer que era pensar no passado. Eu estava tão focado em fazer meu sonho acontecer que eu estava usando música como uma válvula de escape para todas as coisas que estavam acontecendo e não como uma forma de expressar o que eu estava sentindo. E na pandemia eu não consegui usar isso como válvula de escape porque eu estava borbulhando às vezes, eu estava mastigando memórias, eu estava engolindo pensamentos e tomando dessas lembranças que eu tinha da minha adolescência, do tempo que eu tinha 17 anos até quando eu tinha 21 anos.

Na pandemia eu comecei de fato a entender que eu estava fazendo um álbum, que eu estava falando sobre tópicos que eu acho super relevantes pra mim, tópicos que eu penso constantemente, tópicos que estavam na minha cabeça, e tópicos que eu não conversava sobre nem com meus amigos. Eu usei o álbum muito como um diário pra lembrar e mostrar toda essa minha história da adolescência que foi conturbada em vários sentidos, de uma forma muito bonita, bela e sensível porque eu consegui canalizar tudo isso numa embalagem de lembrança, de um sonho, de uma brisa, e não de um pesadelo, e não de um modo negativo, porque eu tô aqui, tô de pé e tô indo, né?

Eu fiz esse álbum muito para o meu eu de 16 (risos). Eu estava querendo fazer um álbum estudando música em casa sozinho e foi bem natural dessa forma, eu não tive que pensar muito no começo, meio e fim, eu sabia exatamente no que ia dar e deu o que deu.

Qual letra/trecho favorito que você escreveu para o álbum, aquele que você olha para si e diz “POETA!”?

Divulgação: Wisdom Teeth (Visualizer)

Sinceramente várias partes do álbum. Na faixa 3, Wisdom Teeth, que eu falo “qual a diferença de lágrima e suor? / quando escorrem pelo meu rosto / viram uma gota só”, eu acho linda e esse verso eu acho que encapsula muito bem o projeto de você estar chorando, as pessoas não sabem se é sentimento ou cansaço, sabe? Ou se é calor. Ou se é coração partido. Ou se é tédio. Não sabem porquê você está tendo aquilo, mas você sabe que está num lugar que está te cortando, né? E esse sentimento de dúvida eu acho muito bonito.

Também gosto muito de Saudade quando eu falo “eu queria desbravar o mundo / mas agora o mundo desbravou em mim”, eu acho que é aquela sensação de crescer que você entende que tinha tanto em você gritando, tanta coisa ardendo, tanta coisa pedindo, clamando por coisa e você entende que na verdade o mundo que está clamando isso de você, não é mais o contrário quando você percebe que está do outro lado também, em Saudade esse verso me pega pra caramba, tanto que ao vivo é uma das músicas que eu sempre choro, e nessa parte eu sempre tento engolir assim.

E sobre a estética impecável do álbum, quais foram suas principais inspirações para a capa e os visuais?

Foto: Guilherme da Silva — divulgação

Três coisas que foram cruciais para definir o tom das imagens e dos gráficos. Uma foi o filme “As Virgens Suicidas” da Sofia Coppola, que visualmente tem um toque muito película, é muito quente, é muito real, parece até que você se sente o cheiro da foto, você sente cheiro dos vídeos, é um filme com capturas muito honestas, muito íntimas, de uma forma esteticamente super impecável, mas de um jeito cotidiano, de um jeito vívido, não é uma coisa montada, teve vida ali.

Além disso, teve o livro “In My Room: Teenagers in their Bedrooms” da Adrienne Salinger que é uma referência que o fotógrafo trouxe, era um estilo de fotografia que eu estava consumindo bastante, mas eu não tinha um livro específico e ele trouxe e me apresentou. E era muito o que a gente queria e também.

E é incrível de se dizer isso, o fotógrafo foi referência. Eu conheço o trabalho do Guilherme da Silva há um tempo, conheci ele na pandemia e eu sou muito fã de fotografia. E eu vi as fotos dele, a gente até trocou DM e tal, não saiu nada daquilo, e quando foi para o álbum, a gente tentou outros fotógrafos que acabaram não dando certo, acabou não encaixando a visão e aí eu estava meio assim de mandar para ele porque eu sou muito fã do trampo dele, mas o Gustavo Vieira que fez a direção criativa comigo me disse “manda DM e tchau”. Mandei DM, deu certo e isso foi chocante para mim porque literalmente é uma das minhas referências nacionais, e ele que assinou a capa do álbum e isso foi bem chocante. Então essas foram as 3 referências.

Sonoramente seu álbum tem muita sonoridade brasileira e nostálgica. Por que você escolheu essas influências, de onde vem essas influências musicais?

Foi muito natural. Eu cresci ouvindo muita música internacional e muita música nacional. Como eu sou de 2000, quando eu era criança 2006, 2007, que eu já começava a me lembrar como pessoa, cresci nas festas de família, tocando pagode, tocando funk anos 2000, Raça Negra, so pra contrariar, também o lado completamente oposto trazendo Marina Lima que minha mãe ama, Gal Costa que minha mãe adora, Maria Bethânia que minha mãe adora, Ney Matogrosso que meu pai é apaixonado, Marissa Monte que é uma paixão de família e todo mundo curte, então meio que eu cresci ouvindo isso, então eu digo que meu som é uma colagem de tudo que eu já ouvi e me tocou antes, não tem muito segredo em explicar isso.

Foto: Guilherme da Silva — divulgação

Ele é nostálgico porque a galera que tá ouvindo meu som tem a idade parecida com a minha e ouvia essas mesmas coisas tocando em casa e de uma certa forma isso chega nelas de um jeito especial e aí me coloca numa posição também de produtor de olhar minha realidade e narrativa não como algo exclusivo meu, mas de uma coisa que milhares de pessoas estão ali naquele mesmo lugar e querendo ouvir um som que eu tenho poder de fazer, então isso me deu um gás muito grande de fazer e visitar na minha memória, criar playlists sobre músicas que eu gostava quando eu era menor e começar a fazer sons assim. E a bossa, e o fundinho de pagode, o fundinho de funk, algumas coisas vem disso, desse lugar de pesquisar dentro da minha memória, dentro da minha nostalgia, formas de trazer a nostalgia das outras pessoas pra vida também. Então foi de uma forma bem natural e eu não meio que escolhi, eu fui visitando, visitando, visitando, e quando eu vi eu já estava vomitando no PC tudo isso em produção.

Você acabou de entrar/está entrando na vida adulta, mas já sente saudade de que?

Eu sinto saudade de tudo! Eu sinto saudade de ter amizade adolescente, aquele sentimento de que aquela pessoa é o ápice do amor, aquele amigo que você… nossa, é um sentimento tão forte que você acha que está numa presença divina, sabe? De você sair de noite escondido, de mentir pra onde você está saindo, dessa adrenalina no corpo de fazer coisa que você não sabe se tinha que fazer ou não, se podia fazer ou não, esse sentimento de estar livre.

Mas saudades eu sinto de tudo. Eu sou pisciano por saudade. Gosto de lembrar, gosto de lembrança, gosto de guardar coisas, de guardar carta, papel, sinto saudades de shows que eu assisti com meus amigos. Sinto saudade de ir pra escola de manhã, chegar em casa e ficar ouvindo música o dia inteiro com minha mãe ainda na sala. Estar presente dos meus pais muito mais do que eu tô agora. Eu sinto saudade de muitas coisas. São muitos lugares que a saudade conseguiu manchar um pouquinho, mas essa mancha faz com que a gente não consiga tirar também, né, deixa tudo marcado de uma forma boa e a gente consegue eternizar isso. Então eu sinto saudade de tudo, assim. Sinto saudade dessa liberdade… não dessa liberdade, porque não era liberdade o que eu sentia, dessa coisa quase beirando uma incerteza de tudo que você faz, tudo quando você faz adolescente às vezes é a primeira vez. Então eu acho que a saudade do sentimento de primeira vez, né, é uma coisa que me dá muita saudade e ainda dá. Várias coisas…

Sua interação com seu público no Twitter/X é bem próxima, você gosta de responder, curtir e repostar o que as pessoas estão dizendo. Você esperava que muita gente se sentisse tão próximo das suas letras?

Não quero guardar todo o carinho para mim não, quero dar de volta sempre.

MANSUR

Sim, total, eu esperava muito isso. Um lugar de mentalizar isso e falar “quero muito que as pessoas se conectem”, mas também de entender, mais uma vez, o que eu sinto não é só meu, o que eu sinto pertence ao mundo. E muitas pessoas vão ter a mesma sensação, o mesmo sentimento que eu, e eu tô sendo a pessoa que está colocando isso em música e “no Spotify” pra vocês ouvirem. Então vem um pouco desse lugar e entender que a juventude de hoje em dia está diferente do que era quando eu era com 15 aninhos, 16 aninhos.

Ver que essa galera mais nova se conecta de alguma forma é muito especial, e ver que a galera da minha idade se conecta é muito especial porque eles estão com o olhar de nostalgia e a galera ainda mais velha. Eu fiquei bem feliz que eu consegui tocar a galera, uma gente diferente, uma galera que nem ouve som que eu curto ouvir, isso é lindo. Tô chegando em ouvidos que estão amolados por sons diferentes do que eu curto. Eu acho lindo, acho sensível, e não tenho como eu não ficar republicando essas coisas no meu Twitter, não tem porquê eu ficar guardando carinho só pra mim, eu quero retribuir esse carinho, quero perguntar qual a faixa que você gosta, quero comentar sobre aquela faixa com aquela pessoa, não quero esperar que ela leia uma entrevista como essa para entender as coisas. Então eu tô aqui, tô vivo, tô online e vou responder.

Eu quero falar sobre mim também, quero ver sua opinião, quero ver sua visão sobre as coisas, então o Twitter dá esse espeço pra isso, da galera falar o que elas e não gostam e a gente conseguir ter uma relação saudável com isso, né? Não quero guardar todo o carinho para mim não, quero dar de volta sempre.

E qual foi a sensação da Narcisa ter postado sobre seu álbum?

Eu acho que foi TOP 1 momentos mais aleatórios da minha vida. Eu achei que tinham me enviado me zoando. Eu achei que era tipo um perfil tipo Ana Maria Braga do Twitter, sabe? Quando eu vi que era ela mesmo eu meio que dei um grito de rir, casquei o bico, sabe? A Narcisa é referencia para crianças gays que assistiam reality show na TV. Então foi bem insano, foi bem massa, fiquei bem feliz. Foi muito aleatório (risos).


Qual o próximo passo para divulgação do álbum? Você tem vontade de estar nos palcos e idealizar um conceito de show?

O próximo passo de divulgação para o álbum agora é TikTok, [fazer] contatos, é estar lembrando que esse som tá ali e espalhar… bora trabalhar, bora divulgar. Agora é lançar conteúdo e ficar cavando coisas criativas e ficar pegando todas as coisas que me ajudaram a fazer o álbum e mostrar pra vocês, mostrar meu processo. Eu não quero esconder nada sobre como eu fiz as coisas, não tenho a menor vontade de esconder nada.

Tô muito confiante do que eu faço, então quero usar isso muito como uma forma de promover o álbum também, de mostrar e ensinar como eu fiz algumas coisas, então o projeto é conteúdo, é TikTok, é Reels, é internet, só que o principal para mim de lançar um álbum é poder fazer show então show é certeza.

Eu tenho show ensaiado já, pronto, estamos fechando coisas, bolando projeto, e está tudo indo, já tem galera que já comprou a ideia. Tem meu DJ que está sempre aqui comigo, Garofallo, que além de ser meu DJ, produziu Saudade comigo tocando batera, ele é foda e ele está comigo nessa, então a gente tá fazendo esse show acontecer e tá lindo pra caralho! Tá lindo! Sonoramente, lindo, lindo, lindo! Tem transição e tem cover, e tem sons, tem texturas. Tá tudo muito bonito e é eu e o DJ, só. Era uma coisa que a gente queria fazer desde sempre. Eu e o DJ: acho poderoso, acho uma junção jovem. Mas… está sendo tudo, agora é divulgar e fazer esse show sair que já já tá aí na cidade de vocês, espero.

Bambi (ao vivo no FFFront, São Paulo), agosto de 2023

E existem outras músicas escritas para o álbum que ficaram de fora? Foi fácil escolher a tracklist?

Teve sim faixas que ficaram de fora, mas 99% das faixas que ficaram de fora nem cheguei a finalizá-las. Quando eu chegava no meio da faixa eu já sabia se ela ia ser alguma para entrar no álbum ou não. A única faixa que de fato fui pra estúdio, gravei, finalizei inteira e não entrou chama “Meia Noite”. Talvez eu lance aí, não sei… Eu vou ver… Não me conectei muito com ela não, eu troquei “Meia Noite” por “16” no álbum, que foi a melhor decisão que eu fiz (risos).

E fora seu álbum, o que você tem ouvido ultimamente?

Eu tenho ouvido muito o álbum da Viratempo, “CIDADE TROPICAL PENSAMENTO” (2023). Tenho ouvido muito “Flora de Controle” (2021) da Flora Matos, mas isso faz um tempo, é puta referência pra mim. Venho ouvindo muito o “Caro Vapor/Vida e Veneno de Don L” (2013), do Don L, que recentemente fez 10 anos, então é um disco importante. Ouvindo muito também PinkPantheress. Ouvindo muito Luiza Lian, o álbum “7 Estrelas | Quem Arrancou o Céu?” (2023), muito lindo. Ouvindo muito BAKA, “Emo Nas Bahamas” (2023). Ouvindo muita música brasileira. E ouvindo muito Snoh Aalegra. Nossa, eu tô ouvindo muita música, porque quando eu estava no projeto do álbum eu não estava ouvindo porque eu não queria que nada “cegasse” meu ouvido, então agora eu tô ouvindo tudo, tudo, no último volume e dançando horrores.

Para você, qual o melhor lançamento do ano, além do seu?

O disco do Sen Senra, “PO2054AZ, Vol. 1“. Ouça: Spotify, Apple Music.

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Com participação de Gabriel Siqueira.
Release (parágrafo inicial) escrito por Evelyn Rachid e MANSUR.

#Brasileira #Dreampop #Latina #Pop
Publicado por Gabriel Borges em 31/10/2023

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