Lina Cosmic é uma baita artista que tem um baita gogó, além de compor e tocar. Com um nome que nasceu quase por acaso, esse se consolidou como parte essencial de sua identidade artística. Lina mescla psicodelia sonora e estética visual com autenticidade e ousadia. Nesta entrevista, ela compartilha sua trajetória, inspirações e o processo criativo por trás do seu álbum de estreia Back in Time e descobrimos uma artista sensível, determinada e profundamente conectada à natura e arte como ferramenta de expressão.
Para quem não te conhece e nunca te viu voando numa vassoura em vídeo, como surgiu o nome Lina Cosmic e quem é a Lina Cosmic? É você mesma, é uma persona?

Lina Cosmic é um lado meu que sempre existiu mas que até 2020 não tinha nome. Pouco antes da pandemia eu montei uma bandinha de rock chamada Lina and the Cosmos e para as pessoas me associarem ao projeto, troquei o usuário do Instagram pra Lina Cosmic. Quando precisei me registrar como artista solo, meu produtor na época gostou e disse que já era um nome comercial e que sintonizava com a minha identidade musical e visual, então deixei assim.
Como funciona o seu processo criativo – da inspiração até a finalização de uma música? Tem diferença de quando você está criando sozinha ou com sua banda?
Tem duas maneiras que funcionam pra mim quando estou compondo: a mais usual eu chamo de “quando baixa o santo”, que as melodias e letras surgem magicamente na minha cabeça, quase de forma cósmica [risos]. A outra é quando acho uma base legal na guitarra e/ou no baixo (geralmente junto com outro músico) que se encaixa com o momento musical que estamos vivendo. A partir daí encontro melodias e letras que funcionam com essa base pra podermos criar o que quisermos em cima.
Seu som, num passado não tão distante, lá para o início da década, tinha um quê de rock experimental e mais comum à contemporaneidade mesmo que ainda psicodélico. Seu álbum de estreia “Back in Time” tem uma sonoridade psicodélica que evoca uma atmosfera nostálgica, vintage, com texturas analógicas bem características do rock dos anos 60, e até o nome do álbum sugere isso. Como você descreve a sua identidade musical e a evolução dela?
Minha identidade musical é psicodélica acima de tudo, independente do gênero musical que eu esteja experimentando. No meu primeiro EP [autointitulado Lina Cosmic] eu não sabia muito bem explicar o que eu queria para os meus produtores, e como estávamos numa pandemia, era eu e mais duas pessoas fazendo tudo. Na época eu não entendia que o que eu precisava era de um som mais analógico ao invés do digital. Só em 2021, depois de conhecer o Carlos Areias, meu amigo e produtor do Back in Time, que foi possível atingir a sonoridade que eu realmente queria, já que ele é multi-instrumentista e preza por gravações mais tradicionais e analógicas.
A estética visual também é uma marca forte do seu trabalho. Como você pensa a conexão entre som e imagem na sua carreira?
Imediatamente quando percebo que uma música está funcionando, já tento entender como ela pode se encaixar no meu universo musical. Pra mim, a estética precisa fazer jus a qualidade do som. São coisas intrínsecas, por isso gosto tanto de trilhas sonoras do cinema.

Como o “cósmico” está no seu nome, você tem superstições, crenças, acredita no zodíaco? Se sim, você se identifica com seus 3 grandes (Sol, ascendente e Lua)? Você acha que influencia sua arte além da sua vida pessoal?
Não sou adepta a nenhuma religião em específico, mas flerto com vertentes mais pagãs. Acredito na natureza, na energia, na ciência e na arte, esses são meus nortes. Acredito que o zodíaco é uma ferramenta de autoconhecimento que pode te ajudar, mas não que seja uma sentença na vida das pessoas. Sou pisciana, e todo mundo diz que é um signo sensível, artístico e um tanto distraído… eu sou bem assim mesmo. Mas também tenho Lua e ascendente em capricórnio, que fazem de mim uma pessoa pé no chão, insistente e focada na carreira.
Quais foram seus primeiros ídolos e/ou inspirações para seguir na arte, você sempre soube que queria cantar? E quais artistas ou movimentos influenciam o seu trabalho hoje?
Beatles, Kiss, Michael Jackson e Lady Gaga. Eu não lembro, mas minha família diz que eu canto desde sempre, só que eu fui criando outros interesses quando criança e só entendi que queria fazer isso com 14 anos. Esses artistas ainda me influenciam até hoje, mas atualmente o Fleetwood Mac, The Weeknd e Depeche Mode tem sido muito presentes nos meus fones e no meu trabalho.
Como você enxerga o papel da arte na transformação social e política, e como isso influencia seu trabalho sendo uma cantora de rock numa cena majoritariamente masculina?
Enxergo a cultura como um dos maiores pilares pra sociedade questionar, sentir e se inspirar pra agir de forma positiva e menos individualista. Por mais que o cenário do rock seja majoritariamente masculino, isso nunca me intimidou ou impediu de fazer o que eu queria fazer. Nesse caso, o ato mais político foi continuar fazendo rock’n’roll sabendo que a visão e expressão de uma mulher são muito mais necessárias agora do que um bando de homem branco falando dos mesmos problemas, de grana ou de garotas.
Como foi o processo do álbum? Foi tranquilo, teve dificuldades? E o que podemos esperar da Lina nos próximos meses? Algum videoclipe, mais shows para promover o álbum?
Apesar de divertido, foi zero tranquilo. Levamos 3 anos praticamente pra terminar e deixar tudo do jeitinho que eu queria. Tanto por razões monetárias quanto pela agenda árdua do meu produtor. Vocês podem esperar um som e um visual um tanto diferente do que estão acostumados, mas sem perder a essência psicodélica que é o pilar do meu trabalho.
O que você tem ouvido ultimamente e que todo mundo deveria ouvir?
Sylvester, Pet Shop Boys e Kool & the Gang.
Uma pergunta que ninguém escapa no Gabcritic: qual o melhor álbum do ano até agora?
O Mayhem da Lady Gaga.
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